Engraçada essa pergunta né?!

Ou no mínimo perturbadora.

Descobri recentemente que era vítima da síndrome do impostor, uma desordem psicológica.

Esse tipo de sentimento te cerca quando não conseguimos aceitar nossas conquistas e nem curti-las como todo mundo faz.

O alerta veio quando não conseguia mais aceitar que as pessoas pudessem gostar de mim gratuitamente sem que eu fizesse nada por elas antes.

Me incomodava o fato delas me elogiarem e valorizarem de uma maneira que eu não tinha ideia que existia.

Um dia li o texto da Talita Maria no Novas blogueiras e enxerguei a razão do meu incomodo em ser elogiada e porque não conseguia me valorizar e estranhava quando alguém fazia isso por mim.

Tá se identificando? Fica comigo e descubra como superar essa dor ou ajude alguém próximo a você que passa por isso.

O teste

 

 

Responda para você as seguintes perguntas:

  • Você se acha indigna de receber o carinho gratuito das pessoas?
  • Você fica sem graça quando recebe um elogio?
  • Você não se acha boa naquilo que faz de melhor, mesmo que as pessoas digam que você é?
  • Você vive com o medo de que as pessoas não te achem mais tão legal a medida do tempo que elas vão te conhecendo?
  • Você tem a impressão que é uma pessoa que está iludindo os outros?
  • Você sempre pensa que os outros estão mentindo quando te elogiam pelas coisas boas que faz?
  • Você não se dá crédito pelas suas conquistas e bons resultados?
  • Você acredita que sempre seus sucessos e vitórias nunca tiveram nada a ver com você e sim com a sorte?
  • Tem dificuldade de se sentir aceita em lugares onde você acredita que as pessoas sabem mais que você?
  • Se sente intimidada diante de uma pessoa que você admira?

Se você respondeu sim a sete dessas dez perguntas talvez você seja uma forte candidata a síndrome do impostor.

 

Quê quê isso????

É quando você sente uma insegurança absurda e põe em dúvida as suas qualidades, sua capacidade, suas virtudes. Além disso, acaba frustrada.

É quando você duvida que as pessoas possam gostar de você de verdade despretensiosamente.

Simplesmente ignora seu potencial e menospreza sua identidade.

Não acredita que é bárbara, independente de qualquer coisa!

É quando não consegue, a palavra é essa mesma consegue, se dar créditos por ter tido uma solução para um problema que ninguém conseguiu resolver.

Essa síndrome foi descoberta na década de 70 pela psicóloga Pauline Clance, onde ela percebeu que uma pessoa exposta a grandes desafios se sentia incapaz de vencê-los porque não confiar em sua capacidade.

E pasmem, essa síndrome é mais comum entre nós mulheres.

Por isso te perguntei se você sabe ser amada?

Assim como eu e muitas amigas minhas viviam se desmerecendo, sempre se desqualificando e até ter esse entendimento acreditava que isso fosse um comportamento normal, pura modéstia, só que não!

Se sentir uma impostora impacta em áreas importantes da nossa vida. Porque revela um quadro de insegurança gravíssimo que nos impedem de crescer, enfrentar e romper com a nossa imaturidade.

Já deixei de realizar tantas coisas que impulsionariam minha vida de várias maneiras porque tive medo, por me sentir insegura, por acreditar que não era boa o suficiente. Que não era tão relevante.

E como eu me prejudiquei por isso.

Lidar com esse infortúnio sem saber o que era foi horrível, porque estava lutando com um inimigo sem rosto.

Tinha crises de ansiedade terríveis por não conseguir enfrentar desafios que eram totalmente simples, por me invalidar diante de cada um deles.

Foi assim com minha profissão, tinha tudo pra construir uma carreira estável, mas o medo do porvir me parou antes mesmo de eu começar a sonhar.

Se sentir uma farsa faz com que você não consiga sonhar. Faz com que não se sinta adequada para se relacionar com pessoas e a estar em espaços que te façam desabrochar.

Como isso se desenrola…

Como você tem em mente que é uma hipócrita e que a qualquer momento será desacreditada, faz com que dois comportamentos opostos te persigam: um faz com que você faça demais, para justificar a necessidade que tem de ser aceita e justifique as suas realizações.

E o outro que você faça de menos também para justificar que, se não aconteceu aquilo que você esperava é porque não se empenhou o bastante.

Isso me fez entrar num ciclo vicioso e a desenvolver em mim comportamentos que só me prejudicavam como:

  • procrastinação – pré ocupação
  • incredulidade – dúvida
  • vergonha – constrangimento
  • excesso de confiança – falta de tato
  • introversão – exagero de cautela

Eu sempre estava nos extremos, vivia nas “beiras” da minha vida a ponto de cair, e quantas vezes eu me joguei, estragando tudo.

Sabe o que percebi em meio a esse turbilhão de emoções dentro de mim?

 

Que eu precisava parar para me resolver. Que precisava dar um basta a essa ciranda de comportamentos, a esse vai e vem de sentimentos.

 

  • O que há de errado em receber ao invés de dar?
  • O que há de errado em ser cuidada ao invés de cuidar?
  • O que há de errado em se ser acolhida ao invés de acolher?

 

Descobri que essa melindre só ataca a gente quando não sabemos quem somos. Pois, nessa condição estamos vulneráveis.

Decidi que precisava vencer esse desafio na minha vida.

E só eu poderia fazer isso por mim!

Ao invés de tratar isso como se fosse uma coisa só, dividi esse embaraço em dois desafios. Um interno e outro externo.

 

O desafio interno

 

 

Foi penoso mensurar essa fase. Porque se tratava de anos numa mesma condição acomodada e totalmente desconhecida.

Só identifiquei que isso era um problema quando começou a tomar proporções incontroláveis, vira e mexe eu me encontrava angustiada porque a pré – ocupação e a procrastinação me causavam várias complicações.

Comecei a passar mal no meu corpo por conta disso. Ficava sem ar, várias crises de enxaqueca, dores musculares, uma tristeza e um desânimo gigantes me deixavam no chão, imóvel, passiva, sem reação.

Mas pela graça do bom Deus pelo menos agora conseguia identificar o sentimento e os comportamentos e sob que condições eles afloravam.

Fazendo uma viagem para dentro de mim e das minhas emoções identifiquei que eu era assim porque não sabia quem era, não sabia muito sobre mim. Desconhecia meu real valor, minhas qualidades, minhas grandezas, minhas forças.

Mas minhas fraquezas, ah eu sabia muito bem, é uma tendência de quem sofre com isso.

Então comecei a buscar conhecimento a respeito de mim.

Eu acredito que fui gerada em Deus e criada por Ele. Então ninguém melhor pra me dizer quem eu sou do que Ele.

Fui buscar esse entendimento na Bíblia e olha o que eu encontrei no livro de Jeremias 31:3

“Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai”.

E no livro de Efésios 2:10

“Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos”.

Isso quer dizer tudo!!!

Quer dizer que eu não fui feita de qualquer maneira e não importa como fui gerada, porque Ele me amou primeiro, Ele sonhou comigo antes de tudo e qualquer coisa. Entre milhões de pessoas que poderiam ter nascido em meu lugar, sou eu que estou aqui agora.

Em Genesis 1:26 diz que Deus nos fez conforme sua imagem e semelhança, perceba como isso é poderoso!

Eu carrego essa grandeza dentro de mim.

O que havia de melhor Nele está em mim.

E é essa certeza que me faz crer que eu sou amada.

Deus não é do tipo que realiza malfeitos, que comete erros.

Ele pensou em cada virtude minha estrategicamente.

Colocou em mim talentos só meus.

Me criou ÚNICA E ESPECIAL!

 

Fui criada para boas obras ou seja, para as melhores!

Como me conhece pelo avesso sabe que sou pó, que vou falhar, que vou cair, que posso me perder, mas independentemente de como eu esteja, o seu amor por mim não muda e não mudará nunca.

Ele me oferece segurança quando os meus pés ficam vacilantes.

Me revela seu amor incondicional quando me sinto uma fracassada.

Ele acredita em mim quando eu mesma duvido do que eu sou capaz.

Estende suas mãos quando estou abatida e me coloca de pé para continuar a caminhada.

Tem o dom me restaurar e trazer o riso de novo para os meus lábios.

Me equilibra quando me apavoro.

Me re-estabelece quando eu me anulo.

Me fortalece quando enfraqueço e me ama quando me odeio.

Traz paz em meio as minhas guerras.

É minha certeza em meio a minha instabilidade.

E com seu ousado amor, manda embora os minhas inseguranças.

É assim que estou vencendo esse desafio interno, me afirmando todos os dias naquele que me chamou a existência, que me conhece por dentro, que sabe da minhas reais intenções e do que sou ou não preparada.

 

Venço esse desafio diário me significando na fonte da vida. 

 

Em Deus está meu verdadeiro valor. Está a minha real identidade. E a sua também se quiser aceitar…

Me comprometer em um relacionamento com Deus está me resgatando dos sofismas que se levantaram na minha mente. Percebo que a medida que confio Nele vou sendo devolvida para o meu plano original que foi corrompido ao longo da minha vida.

 

O desafio externo

 

 

Mudar de comportamento por fora depende muito de como está por dentro. Se você quiser mesmo vencer a síndrome do impostor terá que lutar contra ela.

O que tenho feito para vencer essa segunda etapa do meu processo de cura é estar receptiva às pessoas. Deixando elas se achegarem a mim.

Recebendo desarmada seus elogios, e porque não sua admiração?

Sim! Descobri que posso ser alvo de admiração. Não por mim só, mas pelo que está em mim.

Sou bárbara e você também! Simplesmente pelo fato de que temos importância e relevância.

Para vencer esse desafio externo tenho praticado alguns exercícios, para me ajudar a minha humanidade a vencer essa dificuldade.

As providências

1 – Ter uma mentora. Uma pessoa experiente e confiável ajuda muito por causa da empatia, ter uma pessoa que te compreende para te orientar é um alívio nos dias que essa síndrome se manifesta com mais força.

2 – Aceitar que não sou “perfeita”. Muitas vezes as nossas várias facetas nos fazem acreditar que podemos dar conta de tudo e da melhor forma. E isso vira um terror quando descobrimos que não é bem assim. Aceitar as nossas imperfeições é um passo para conviver melhor com elas.

3 – Não se comparar. Se igualar vai sempre te colocar olhando para o chão. Porque a gente sempre se compara com quem “achamos” ser melhor que nós. O que não é verdade, somos todos diferentes. Esse tipo de atitude é um exercício de infelicidade.

4 – Trabalhar em algo que goste. Seja para ganhar dinheiro ou voluntário. Eu sei, parece utopia, mas será que é tão impossível assim? Estar em um ambiente leve te ajudará a se manter satisfeita e motivada.

5 – Encontre alguém que compartilha desse sentimento. Pra pedir socorro mesmo. Combine com essa pessoa o que fazer quando essa dor te atacar. Ter alguém assim por perto te ajudará a respirar quando o ar faltar.

6 – Estabeleça metas alcançáveis. Muitas vezes essas crises vêm porque firmamos compromissos que não conseguimos cumprir. Para uma pessoa que não sofre com essa provação já é ruim, imagina pra gente que alimenta expectativas inalcançáveis.

7 – Não critique-se, valorize! Já tem muita gente pra te julgar mal, não faça isso com você mesma. Seja gentil consigo e crie o hábito de se celebrar, de se alegrar com suas conquistas. 

Finalmente, lidar com nossas carências é algo que ajuda bastante nesses processos.

Seja bárbara!

Deixe-se amar e corra o risco de apreciar!

 

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